Haja confiança
Ao longo de séculos o mundo foi sempre mudando. A luta e a coragem dos homens por uma vida melhor, levou as sociedades a evoluírem até à situação que temos hoje. Com avanços e recuos, é verdade. Mas de um modo geral, as sociedades que herdamos são sempre melhores que aquelas que herdaram os nossos avós.
Artur Ribeiro é comerciante e foi Vereador da CDU na Câmara Municipal de Matosinhos.
Ao longo de séculos o mundo foi sempre mudando. A luta e a coragem dos homens por uma vida melhor, levou as sociedades a evoluírem até à situação que temos hoje. Com avanços e recuos, é verdade. Mas de um modo geral, as sociedades que herdamos são sempre melhores que aquelas que herdaram os nossos avós.
O ano de 2024 iniciou-se com a demissão do governo. António Costa, talvez na expectativa de vir a ocupar um lugar relevante na Europa, virou costas ao país. Foi-se.
As eleições legislativas que se seguiram, em Março, derrotaram o PS e deram uma maioria muito escassa à coligação de direita. Mais grave a meu ver foi, por um lado, a esquerda consequente não ter crescido e, por outro lado, a extrema-direita ter alcançado uma expressão inquietante: 50 deputados. Se a situação do país não era boa, com tais resultados, não ficou melhor.
Três meses volvidos: novas eleições, desta vez, europeias. O PS recuperou, venceu-as; a extrema-direita desceu muito comparativamente com os resultados das eleições legislativas; os partidos mais à esquerda obtiveram, face a Março, resultados mais satisfatórios.
Com receio de novas eleições, em consequência do temido chumbo do Orçamento, o novo governo, de direita, foi distribuindo benesses: aumentou o Complemento Solidário do Idoso, deu bónus aos pensionistas, mais dinheiro aos professores, às forças de segurança... E porque se perspectivam eleições autárquicas em Setembro, e é preciso agradar aos pensionistas e reformados, já aprovou no Parlamento a atribuição de novo bónus no verão, apesar da frontal oposição ao aumento extraordinário de 1,25%.
Chegados aqui, ocaso de 2024, que 2025 nos espera?
Com guerras no mundo, milhares de vítimas, a França em crise politica e económica, a Alemanha a encerrar grandes empresas, a despedir milhares de trabalhadores, a economia em queda e agora também com uma crise política, a generalidade dos dirigentes europeus sem voz própria, submissos e obedientes às ordens da NATO e do presidente Trump (que ninguém sabe o que vai fazer, mas em relação ao qual o mundo está verdadeiramente apreensivo), o que nos espera? Portugal com sérios problemas nas áreas da Habitação, da Saúde, da Educação, da Justiça, dos salários e das pensões, o que nos espera?
A luta!
Mais de dois milhões de portugueses vivem abaixo do limiar da pobreza (avaliado em 590 euros). Sem apoios sociais, mais de quatro milhões de portugueses, 40% de nós, viveriam em miséria extrema. Esta nossa realidade social e económica brada aos céus!
Duas causas o Papa Francisco sempre abraçou: o combate à pobreza e a luta pela Paz. Temos de acolher estes combates. Reclamar a Paz, exigir o fim das guerras. Vencer a pobreza, reclamar pensões e salários dignos.
Um mundo melhor é possível, construído pelos Homens e pelas Mulheres de todo o Mundo!
HÁ QUE TER CONFIANÇA.
Votos de BOAS FESTAS aos leitores, e suas famílias, de Terra da Fraternidade.
26/12/2024
A equipa assume a gestão editorial de Terra da Fraternidade, mas os textos de reflexão vinculam apenas quem os assina.