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Os anjos do Céu - Na guerra colonial

Joana queria ser enfermeira, era a mais velha de uma família numerosa e modesta. Trabalhava numa fábrica de cabos elétricos em Lisboa conjuntamente com o seu pai católico interventivo.

Os anjos do Céu   - Na guerra colonial

Dírio Ramos é engenheiro electrotécnico e hospitalar, membro da Associação Mil por Abril (Milicianos do 25 de Abril), e católico.

Nessa fábrica trabalhava com alguns comunistas que lutavam por melhores condições de vida e de trabalho e na luta pelo feriado no primeiro de Maio.

Foi com o pai, membro da LOC (Liga operária Católica) que ela, adolescente, teve reuniões com o padre Abel Varzim. O padre era o autor dos estatutos da Ação Católica era uma «persona non grata» pelo regime e foi afastado de todas as responsabilidades da LOC.

Joana era idealista, recorreu a uma freira para convencer a sua família a tirar o seu curso, porém a freira teve alguma surpresa a família da jovem em referência teve o apoio dado á sua filha mais velha.

Joana aos 18 anos, tinha a expectativa de ir conhecer outros sítios, ver África, ter outro tipo de doentes.
O primeiro contacto com a estrutura militar foi difícil… o machismo e o militarismo.

O casal viveu em Bissau, e da varanda de sua casa a enfermeira via passar os helicópteros que seguiam para uma base ou para um hospital militar.

Certo dia seu marido, também militar, participou numa missão em que as forças militares portuguesas foram cercadas pelos guerrilheiros do PAIGC. Morreram uma série de homens. O seu companheiro ficou deprimido, não queria acreditar na violência da guerra a manter secretas as informações.

Joana acabou a carreira de enfermeira paraquedista, mas continuou a sua missão de defender os doentes. Um dos elementos sob o comando do seu marido morreu no último dia antes de vir de férias a Portugal.
Joana tinha aprendido com seu pai, que estivera preso algumas vezes por causa das suas ações em prol da defesa dos trabalhadores, a não falar de política.

Por entre os militares, estes eram capazes de dizer coisas do tipo: «entreguem isto», «Nunca mais acaba isto», «Estes amarelados do ar condicionado», não acreditam na justiça da luta dos guerrilheiros.

E veio Abril. Joana e o companheiro foram de forma voluntária trabalhar para os antigos lugares da guerra e outros países com conflitos diversos O seu paradeiro não sei, mas este exemplo deve ser divulgado.

Os governos querem a guerra, os fabricantes de material de guerra são os impulsionadores da matança. Os comentadores são a voz do dono, da crueldade, da tirania.

Os povos querem a paz e a cooperação internacional.

31/10/2024

A equipa assume a gestão editorial de Terra da Fraternidade, mas os textos de reflexão vinculam apenas quem os assina.

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